quarta-feira, 7 de julho de 2010

VENTRE DA NOITE - Prefácio : MARCO LUCCHESI

VENTRE DA NOITE - Livro de Poemas - 1995 - Walma Lúcia
Editora: MUIRAQUITÃ
PREFÁCIO: Marco Américo Lucchesi

A POESIA DA NOITE


Walma Lúcia nos fala da noite. Da descoberta do Outro. Encontro do Ser.
Da metafísica dos corpos. Tempo Áion. Da chegada de Lilith. Noite da Lua Negra.
Emergência da sombra. Olhar denso do abismo. A noite é fêmea. O Céu e a Terra
num longo amplexo. Da História de la Noche. Da noite no Mar de Creta. Da noite
ungarettiana. Da Noite na Cornualha. Walma Lúcia nos fala da sua noite. Mas há
um substrato comum. Trata-se da NOITE enquanto Arquétipo. Da noite enquanto
conhecimento. Noche Oscura. Noite de Walpurgis. Noite e Infinito. De Ossian a
Leopardi. A Noite enquanto Oráculo. Por tudo isso, a Noite é Fêmea. O VENTRE DA NOITE é o exercício do amor. É a entrega ao absoluto.
Uma ronda contínua. Urbana. Underground. Tão plural. Tão exclusiva. É a espera.
As aves da noite tecem a espera. A Lua é o grande signo. A noite é o espelho, que se
parte. Múltiplo, estilhaçado, forma uma constelação. O inconsciente liberta-se das
peias dos dias. Walma estabelece um pacto com a sombra. Sem isso, estou certo
não haveria o Ventre da Noite. Mas é a sombra no sentido junguiano. Walma sabe
acolhê-la, ouve seu canto, sem distinguir Cristo de Dionísio.
Walma nos traz um livro mais intenso. É sem dúvida a continuação de seu diário. A
noite é a sua estação. Uma etapa, portanto. Isso porque Walma termina seu livro com
indícios de uma aurora próxima. de luz. De repouso. Amor.

MARCO AMÉRICO LUCCHESI

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